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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

(LEIAM, É MUITO LINDO!) *-*


Estava sentada na pracinha perto de casa lendo um livro super interessante sobre alguma coisa; A alguns centímetros tinha outro banco e estava se aproximando um casal dele. Na mesma hora parei de ler e fiquei olhando para eles, faziam um casal bonito. Olhei para a garota de cabelos loiros ondulados, na mesma hora lembrei da minha adolescência, ela meio que parecia comigo, lembrei também que eu sempre ia na pracinha com meu namorado e a gente passava a tarde toda juntos conversando, namorando, brincando, tirando sarro um da cara do outro. Ela parecia feliz, carregava um sorriso em seus lábios. Então me permiti olhar para o garoto, esse não me parecia muito feliz, estava meio aflito, mas disfarçava bem, tanto que a garota nem percebeu. Seu olhar estava distante, como se esperasse alguma coisa. Eles se sentaram, a garota não parava de falar enquanto ele assentia com a cabeça e de vez em quando abria um sorriso; Eu poderia ficar ali o dia inteiro olhando aquela cena e escutando a conversa dos dois, dava para ver no tom de voz de que a garota estava mesmo apaixonada por ele. Tirei meus olhos do casal e me concentrei em terminar o livro que estava em minhas mãos. Já se passará uns quinze minutos que eles estavam ali sentados, fechei o livro novamente e me permiti olhar para eles, o garoto do cabelo escuro ainda mantinha aquele olhar distante, um olhar triste para os olhos tão bonitos. Seus olhos azuis tinham uma profundidade incrível. A garota ainda não tinha parado de falar e ele não falava nada, então quando ela parou de falar ele abriu um pouco a boca e disse: - Maria Clara – A menina assentiu com a cabeça pra ele continuar e ele chegou mais perto dela e colocou alguns fios de cabelo que caiam sobre a face dela para trás da orelha. Então esse era o nome dela, um nome tão meigo quanto ela. Maria Clara olhava para o garoto com um olhar ingênuo e ao mesmo tempo apaixonado, era como se só existisse os dois ali, mais ninguém, era como se apenas ele importasse.
le puxou o ar pelo nariz e soltou pela boca e se permitiu continuar – Você é maravilhosa, eu gosto de você, mas não é da mesma maneira que você gosta de mim, não pense que eu nunca te amei, eu te amei sim, te amei como ninguém nunca te amou, mas o amor acabou. – Os olhos castanhos de Maria Clara estava cheio de lágrimas, pobre menina, parecia tão nova, deveria ter uns quinze anos e já tivera sua primeira desilusão. Os olhos dela estavam cada vez com mais lágrimas, mas parecia que ela não as permitiam sair de seus olhos. – Escute, não chore, eu a amo, mas é como amiga. – A garota abaixou sua cabeça e começou a olhar para o chão, passaram-se alguns segundos que pareciam uma eternidade, ela parecia se recompor, então levantou sua cabeça e o encarou e tomou coragem para falar, as lágrimas não estavam mais em seus olhos, porém dava-se para notar que havia uma grande dor dentro dela, sua voz meiga saiu em um fiapo.
- Gustavo, se acabou… Era porque então não era amor. – Sua voz estava tremula, parecia que seu mundo tinha acabado naquele exato momento. 
- É, talvez não fosse mesmo amor, talvez tenha sido paixão, mas saiba que eu amei estar com você a cada minuto que passamos juntos, eu cresci muito contigo, você me fez ser o homem que eu sou hoje, você me fez completo Maria; Eu estou sendo sincero contigo, porque eu prefiro que você sofra agora com a verdade, do que mais tarde com a mentira, me desculpa se estou te fazendo sofrer, não era minha intenção. Só que acabou a culpa não é minha. – Ele parecia estar sendo sincero em cada palavra que dizia, ela abaixou sua cabeça novamente e então Gustavo levantou e se abaixou ficando de frente para Maria Clara que estava sentada sobre o banco, ele levou sua mão até o queixo dela e levou sua cabeça lentamente obrigando-a a olhar em seus olhos.
– Não fica assim princesa, podemos não continuar juntos como namorados, mas vamos continuar juntos como amigos, porque eu não vou abrir mão da sua amizade – Ele se levantou e esticou sua mão em direção á ela, a garota depositou sua mão em cima da dele e então ele fechou sua mão sobre a dela e a puxou em direção a seu corpo e a abraçou e depositou logo em seguida um beijo em sua testa. Eles ficaram assim, abraçados por alguns minutos, a cada minuto que passava parecia que Maria Clara não conseguia mais conter suas lágrimas, então ela as deixou cair, ela soluçava como se ela não tivesse mais motivo para viver. 
- Guga – Ela disse em meio dos soluços que saiam insistentemente de sua boca, ela ainda estava abraçada nele, seu queixo estava encostado no ombro direito do garoto, e estava nas pontas dos pés, as mãos de Gustavo estava sobre a cintura fina de Maria.
- Fala princesa – A mão de Gustavo desgrudou da cintura da garota e foi parar em seus cabelos, ele acariciava os cabelos dela com tanta ternura, ela ainda soluçava, mas bem menos do que antes. 
- Posso te pedir uma última coisa? – Ele apenas assentiu com a cabeça. – Eu só quero um último beijo e um último abraço – Achei digno, afinal, nunca se sabe quando alguém vai terminar com você não é mesmo? Ia ser tão bom ter o ultimo beijo, o último braço, poder aproveitar cada segundo sabendo que vai ser o último. Interiormente eu estava torcendo para que ele aceitasse, tudo bem, eu estava me segurando para não subir em cima do banco e começar a gritar: ‘ACEITA, ACEITA’. Sim, eu sou romântica. Sai das minhas alucinações quando percebi que ele estava se afastando dela; Em pensamento praguejei ele pensando que ele ia embora e não tinha aceitado. Mas para a minha surpresa ele levou uma mão até o queixo de Maria Clara levantando mais sua cabeça fazendo ela ficar novamente nas pontas dos pés e a outra mão foi parar na cintura da menina a aproximando mais do corpo sarado dele. 
Nessa hora já estava visível que eu estava olhando para eles, acho que todo mundo que passou pela rua perceberam, porque eu estava quase chorando por presenciar uma cena tão comovente. Eles iam fechando os olhos a cada segundo que se aproximavam, parecia que tudo estava em câmera lenta. Então quando seus lábios se chocaram, as mãos de Gustavo desceu para a cintura de Maria e as mãos da menina foram para a nuca dele. Suas mãos apertavam cada vez mais a cintura fina da garota aproximando mais seus corpos, suas linguas estavam em perfeita harmonia. Uma das mãos de Maria deslizaram para o peitoral de Gustavo, e ela levemente passou suas unhas por cima da camisa. Então, tão rápido como começou, o beijo acabou. Eles não disseram nada, apenas viraram um de costas para o outro e caminharam em direções opostas com um sorriso nos lábios. Um sorriso tão sincero quanto a paixão deles. Eles estavam andando, cada um seguiu o seu destino, mas quem sabe qualquer dia desses o caminho deles se cruzam novamente.Olhei para o lado e me lembrei que eu precisava terminar de ler meu livro…

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